Análise do absentismo Escolar: Estudo com Professores da Escola Primária do 1º e 2º grau de Muanamambene
Análise do absentismo Escolar: Estudo com Professores da Escola Primária do 1º e
2º grau de Muanamambene
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ELABORADO POR MESTRE VEROMINGOS DOMINGOS THAIMO. TODOS DE REITOS RESERVADOS
PUBLICADO EM 02 DE MAIO DE 2017
ULTIMA EDIÇÃO EM 19 DE DEZEMBRO DE 2017
Indice
Lista de abreviatura
EPC Escola
Primaria Completa
OIT Organização
Internacional do Trabalho
INTRODUÇÃO
A melhoria da
qualidade da educação pública tornou-se prioridade no país e encontra-se na
centralidade da agenda política dos governantes, na maioria das províncias de Moçambique.
É crescente a mobilização social mundial, a partir da Conferência de Jomtien,
na Tailândia, em 1990, para melhorar não só a qualidade da educação, mas também
a equidade e, cada vez mais, tem-se observado o desenvolvimento de ações de
responsabilização educacional, onde todos os envolvidos no processo passam a
ser corresponsáveis pelos resultados dos estudantes (SOARES, 2010).
Assim, o corpo
docente, constituído pelo conjunto de professores em exercício na escola é
diretamente responsável pelo alcance do seu maior objetivo: o
ensino-aprendizagem, pois a dinâmica mais importante na educação é essa
interação entre o educando e o educador. Os demais elementos constitutivos do
processo educacional são meios para que esse objetivo seja alcançado, incluindo
a organização do tempo escolar. Assim, as escolas não existem somente para
serem administradas, elas existem para que os estudantes aprendam e obtenham
sucesso. Para que as atividades de ensino-aprendizagem aconteçam, faz-se
necessário otimizar o uso do tempo escolar, mediante a presença diária dos
professores, em todas as turmas e disciplinas, durante o ano letivo. (PERREIRA,
2014)
Entende-se que o
uso adequado do tempo escolar pode estar no cerne da melhoria dos indicadores
educacionais, pois sem professor em sala de aula, não há a vivência real do
currículo. (PERREIRA, 2014)
Sobre absenteísmo
docente em Moçambique, destacam-se os estudos de PESSADES (2016) sobre
Absentismo das professoras e dos professores em Moçambique: estudo da província
da Zambézia, que apresenta os resultados de seu trabalho sobre o absenteísmo
das EPCs dos Distritos de Alto Moldicue, da Maganja da Costa e de Quelimane.
Complementam o modelo conceitual utilizado, os estudos de Machado Soares
(2003), ao enfatizar o absenteísmo do ponto de vista de seu efeito regressivo
sobre a eficácia escolar.
Nessa
perspectiva, o presente estudo aborda as questões referentes ao absenteísmo
docente, a partir do estudo de caso na Professores da Escola Primária do 1º e
2º grau de Muanamambene, distrito de Nicuadala.
Este projecto
encontra-se estruturado da seguinte forma: primeiramente será apresentado o
conceito e o referencial teórico sobre absenteísmo docente, enfatizando os
achados científicos as causas e efeitos; em seguida, as consequências do
absenteísmo docente na qualidade do ensino, na perspectiva dos prejuízos
pedagógicos para os estudantes; em seguida com descrição da metodologia, coleta
e análise dos dados. Por último, as referências bibliográfica.
CAPITULO I
1
ELEMENTOS DE PESQUISA
1.1
Problematização
Nos últimos tempos o sector da educação tem sido alvo de muitas críticas e
vários são os debates que versam sobre a má qualidade de educação, visto que os
dados estatísticos das pesquisas educacionais revelam resultados não
satisfatórios em termos de competências esperadas nos alunos do sistema
educacional moçambicano. De entre vários factores inerentes a esse fenómeno,
não menos importante aponta-se a questão da ausência parcial e virtual de um
dos sujeitos do processo de ensino e aprendizagem.
É com base no que vivenciamos ao longo da nossa escolaridade no ensino
primário e secundário geral onde alguns professores muitas vezes faziam-se
presentes na escola e não se faziam as sala de aulas, e quando se fizessem a
sala de aulas quase sempre escreviam apontamentos e orientavam os alunos a
copiarem os apontamentos no seu caderno
diário sem previa e pois explicação, mandavam os alunos fazerem exercícios que
nunca eram corrigidos, assim como os trabalhos para casa que vezes sem conta
eram esquecidos de serem apreciados pelos professores, facto que levava a
desmotivação dos alunos visto que fazendo ou não nenhum tratamento os alunos
recebiam dos professores.
O professor podia muito bem-estar presente na aula e ao mesmo tempo estar
ausente, isto é, fisicamente presente e mentalmente ausente ou seja
presente-ausente, o mesmo verifica se durante as práticas pedagógicas e o
estágio pedagógico do ensino básico onde os professores passam uma boa parte do
seu tempo na situação de presente-ausente, visto que estando na sala de aulas
ficam muito tempo grudados aos telefones e desmotivados com pouco interesse
pela aula por ministrada.
Os professores tem estado na escola, mais por motivos diversos não realizam
a actividade que lhes foi incumbida, podendo ficar horas na sala de aula a
cantarem cancões numa disciplina diferente de educação musical e o mais
caricato é o facto das cancões não terem nenhuma relação com os conteúdos
abordados, contam histórias sem ligação com as aulas, orientam às aulas sem
plano de aulas e mediam as aulas com auriculares nos ouvidos.
Durante acção
pedagógica exercida pelos professores por vezes a sua actuação na sala de aulas
é caracterizada pela indiferença para com os alunos visto que, não dão a devida
atenção e acompanhamento aos seus alunos durante as aulas, não facilitam a
aprendizagem dos alunos, o que faz com que a aula seja monótona, passam
apontamentos no quadro orientam que os alunos copiem sem controlá-los. Os casos mais alarmantes são
aqueles em que o professor fica totalmente desconectado do ambiente de sala de
aula e só desperta-se quando os alunos perguntam algo, pedem licença para sair
ou mesmo quando promovem barulho ao brincarem na sala de aulas, nessas
situações o professor mal personaliza a relação com os alunos que apresentam dificuldades,
devido a sua ausência psicológica emocional e afectiva na sala de aulas.
Os
professores ausentam-se da sala de aulas para atender solicitações da direcção,
ausentam-se quando os alunos fazem exercícios, passam tempo nas conversas ao
telefone, nos intervalos ignoram noção do tempo fazendo com que um intervalo de
15 Minutos dure mais que o previsto, pois ficam conversando entre colegas
existindo casos em que os membros de direcção estão nessas respectivas
conversas, sem deixar de fora a questão da pontualidade que é um verdadeiro
atentado a qualidade do processo de ensino e aprendizagem pois há registo de
atrasos nos primeiros tempos por parte dos nossos professores.
O mal de
ausentismo esta presente na sala de aulas de EPCs e tende a evoluir cada vez mais reduzindo significativamente o período das
aulas toda essa situação vai influenciar negativamente no decurso do processo
de ensino e aprendizagem.
face a essa
realidade levanta-se a seguinte questão:
Quais as
motivações que estão por de trás do absentismo parcial e virtual dos professores?
1.2
Justificativa
1.2.1
Relevância
pessoal
No aspecto
particular Análise do absentismo Escolar: Estudo com Professores da Escola
Primária do 1º e 2º grau de Muanamambene, fez surgir em mim, um interesse
peculiar. A escolha do tema surge do meu fascínio pela matéria de absentismo
Escolar e da vontade de querer dar o meu contributo, ainda que pequeno, na
construção de um sistema educacional mais adequado e de qualidade para os Moçambicanos.
A ausência parcial e virtual dos professores constitui um dos grandes problemas
que as nossas escolas enfrentam e que
muito prejudicam os alunos, colocando em causa o seu futuro e da sociedade uma vez que dependem da
actividade desenvolvida pelos professores na sala de aulas, a escolha
deste tema deve-se ao simples facto do
tema estar directamente ligado com quotidiano da vida laboral dos
professores visto que a pesquisa vai ajudar
o autor como profissional de educação a compreender os motivos que levam os
professores estarem na situação de presente-ausente, uma vez que sabendo-se as
motivações deste mal poder-se-á evitar situações de género futuramente e
resgatar a motivação dos professores na
sala de aulas.
1.2.2
Relevância académica
e científica
No contexto académico, acreditamos que o estudo aprofundado sobre absentismo Escolar dará um contributo positivo na melhoria do processo de ensino e aprendizagem
na Escola Primária do 1º e 2º
grau de Muanamambene.
A pesquisa de
uma e outra forma trará ganhos significativos para ciência, pois constituirá
mais uma fonte de informações que ajudam a solucionar o vicio dos professores
que muito atenta a qualidade da educação que consequentemente coloca em causa o
futuro das crianças e da sociedade se pensarmos que a educação é o garante do
desenvolvimento das nações e educar uma criança significa garantir um bom
futuro e gerações, dai que a pesquisa vai trazer ganhos para a ciência que
permitirão compreender a desmotivação dos professores em sala de aula pois
constitui um dos problemas que mais
afligem o sector da educação e que leva a má qualidade de ensino visto que é
uma questão intrínseca de falta de vontade mais do que bons matérias meios
recursos financeiros é preciso que haja vontade de fazer as coisas e entrega a causa pedagógica
facto que leva os professores a estarem ausentes parcial e virtualmente.
1.2.3
Relevância
social
No âmbito social, é muito comum em discussões a cerca de absentismo dos professores na salda de
aula ouvirem-se comentários por parte de leigos,
e até mesmo de letrados, que uma das principais causas da ma qualidade no
sector da educação em Moçambique é a absentismo dos professores.
Portanto, a
educação não cabe somente a escola visto que o processo de ensino e
aprendizagem compreende vários autores intervenientes que muito dão o seu
contributo e influenciam o processo de ensino e aprendizagem, o projecto
de pesquisa é de tamanha importância
para a sociedade em geral uma vez que
dará grande contributo, visto que vai
elucidar a sociedade acerca das motivações que levam o pessoal da educação
confiado a nobre tarefa de conduzir o
processo de ensino e aprendizagem a estar presente e ao mesmo tempo ausente na
sala de aulas, neste sentido vai
ajudar na resolução da problemática das
ausências parciais pois esse fenómeno constitui um problema para sociedade pelo
simples facto da actividade realizada na sala de aulas influenciar
significativamente na vida social dos alunos hoje e amanhã.
1.3
Objectivos
1.3.1
Objectivo geral
·
Analisar as motivações
do absentismo parcial e virtual dos professores na escola primária do 1º e
2º grau de Muanamambene.
1.3.2
Objectivos
específicos
·
Identificar as razões que
contribuem para o absentismo parcial e virtual dos professores na escola
primária do 1º e 2º grau de Muanamambene;
·
Caracterizar os motivos que
contribuem para o absentismo parcial e virtual dos professores na escola
primária do 1º e 2º grau de Muanamambene;
·
Propor estratégias possíveis para estancar o absentismo parcial e virtual dos professores na escola
primária do 1º e 2º grau de Muanamambene;
1.4
Perguntas de partidas
·
Quais são as razoes que contribuem
para o absentismo parcial e virtual dos professores na escola primária do
1º e 2º
grau de Muanamambene?
·
Como são Caracterizadas os motivos
que contribuem para o absentismo parcial e virtual dos professores na escola primária do 1º e 2º
grau de Muanamambene?
·
Quais estratégias possíveis para
estancar o absentismo parcial e virtual dos professores na escola primária do
1º e 2º grau de Muanamambene?
1.5
Delimitação da pesquisa
1.5.1
Contextual
O trabalho que se apresenta
insere-se na cadeira de práticas pedagógicas.
1.5.2
Espacial
e temporal
O tema em tela circunscreve-se no
distrito de Nicuadala, que se situa na província da Zambézia – Moçambique.
A abordagem temporal foi feita
tendo em conta o período de 2017.
CAPITULO II
2
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fundamentação teórica consiste na revisão de textos,
artigos, livros, periódicos, enfim, todo o material pertinente à sustentação do
tema a ser desenvolvido cientificamente.
2.1
Conceitos
2.1.1
Absentismo
Para COSTA
(1971:842), “absentismo é o conjunto das ausências intencionais do trabalhador
e de caracter repetitivo, excluindo deste modo, as ausências por feriais, por luto, por gravidez, ou por
sanções disciplinares”.
O absenteísmo
pode ser compreendido como ausência ao trabalho por alguma razão: doenças,
acidentes de trabalho, direitos legais como, por exemplo, doação de sangue,
participação em júris ou eleições e licença maternidade, factores sociais (como
doença de parentes, por exemplo), factores culturais extras ou
intraorganizacionais como emendar feriados, copa do mundo, feriados religiosos
não oficiais, legalização de uma falta gerada por outra motivação não relacionada
à saúde, dentre outros, conforme afirma STOCKMEIER (2004).
Conforme
NASCIMENTO (2003), o absentismo tem-se tornado um problema sério para as
organizações e seus gestores. Pois, reflecte directamente na qualidade e na
rentabilidade da organização. Suas causas estão ligadas a muitos factores e
muitas vezes, tornam difícil o gerenciamento.
O absentismo
também é denominado de absentismo ou ausentismo (SILVA, 2012) e, se configura
na ausência do trabalhador ao seu local de trabalho e ao exercício de suas
funções, recebendo desta forma conceituações que se assemelham e que
caracterizam esta prática.
De acordo com
o Dicionário de Psicologia da APA- América Psicological Association o
absentismo é a ausência não justificada no trabalho, escola ou universidade,
especialmente quando regular ou persistente (VANDEBOS, 2010). Embora se tenha
demonstrado que o absentismo tem relação com a satisfação no emprego, outros
factores, tais como a cultura organizacional, podem ser mais relevantes. O termo possui origem francesa, absentéisme,
e significa uma pessoa que falta ao trabalho, ou ainda, ausência no serviço por
inúmeros motivos, sejam eles propositais ou por circunstâncias alheias à
vontade do trabalhador (ARAÚJO, 2012).
No que se
refere ao absentismo, RAYCIK (2012) expõe que pode ser entendido como o ato de
faltar a um compromisso de trabalho, considerando que essa definição se refere
a toda e qualquer forma de não comparecimento ao trabalho, ainda que seja
direito do trabalhador, como licença médica ou luto.
MARQUES NETO
(2006) enfatiza que o absentismo pode ser definido como ausência ao trabalho
por qualquer razão como doenças, acidentes de trabalho, direitos legais como,
por exemplo, doação de sangue, participação em júris ou eleições e licença
maternidade, factores sociais como doença de parentes, e factores culturais
extras ou intra-empresariais como emendar feriados, copa do mundo, feriados
religiosos não oficiais, legalização de uma falta gerada por outra motivação
não relacionada à saúde, entre outros.
A Organização
Internacional do Trabalho – OIT trata o absentismo como sendo a “falta ao
trabalho por parte do empregado”, enquanto absenteísmo por licença médica
consiste no “período de baixa laboral", considerada como o período
ininterrupto de ausência ao trabalho, decorrente de uma incapacidade temporária
do indivíduo, para a execução da tarefa a ele atribuída (ARAÚJO, 2012).
Com o
exposto, compreende-se que o absentismo envolve a ausência ao trabalho
abrangendo factores relacionados a doenças, direitos legais, e até mesmo
factores sociais, sendo que esta falta ao trabalho vem comprometer a eficácia,
o desenvolvimento e a produtividade da acção desenvolvida pelo profissional
absentista, ou seja, a falta ao trabalho por algum dos motivos descritos, compromete
seu desempenho. A concepção de absentismo que foi utilizada neste estudo é a
que entende o absentismo como a ausência ao trabalho por razões relacionadas à
saúde do trabalhador, ou por faltas por motivos não justificáveis, portanto
esteve embasado na compreensão de ausência do trabalhador ao trabalho, e ao
cumprimento de suas atribuições.
2.1.2
Absenteísmo
de professores
O absenteísmo é uma expressão utilizada para
designar a falta do empregado ao trabalho. Isto é, a soma dos períodos em que
os empregados de determinada organização se encontram ausentes do trabalho, não
sendo a ausência motivada por desemprego, doença prolongada ou licença legal.
(CHIAVENATO, 1994). O seu estudo científico é restrito e é tratado mais como um
índice de análise sobre o desempenho organizacional. Segundo Chiavenato (1994)
o absenteísmo nem sempre está ligado ao trabalhador, pode estar na organização
por apresentar diferença na estrutura e na supervisão, em decorrência das
precárias condições do ambiente de trabalho, condições psicológicas,
relacionamentos interpessoais, entre outros fatores.
Nesta situação,
as escolas desenvolvem mecanismos sociais responsáveis por práticas e situações
escolares próprias, impregnadas de um sistema de valores compartilhados pela
comunidade escolar (professores, equipe gestora, demais servidores, estudantes,
pais e comunidade), afectando o comportamento dos professores e da equipe
gestora. Entende-se que a investigação do absenteísmo e seu impacto no
cumprimento do calendário letivo, seja em relação aos prejuízos pedagógicos
para os estudantes ou aos custos financeiros com substituição de professores, é
relevante na definição de políticas públicas relacionadas à permanência do
professor em sala de aula.
Ao analisar o
absenteísmo sem justificativa legal, a partir da análise do livro de ponto em
duas escolas do Recife, Santos (2004) identificou que os diretores não adotavam
as providências administrativas explicitadas na legislação para punir ou coibir
os professores, que faltavam sem justificativa e, nesse sentido, parece ter-se
construído uma espécie de consenso implícito, que denominou de pacto entre os
professores e a equipe gestora, visando garantir a ‘não-existência do conflito.
Dessa forma, o locus escolar passa a ter regras próprias com o descumprimento
das normas, diretrizes e procedimentos vigentes, evidenciando um acordo tácito
entre as partes, em que os professores não assinam o livro de ponto e a equipe
gestora não cobra a assiduidade. Santos (2004) utiliza as significações
imaginárias da cultura doméstico-clientelista para explicar o comportamento que
origina o absenteísmo, sem justificativa legal, e afirma que a realidade
‘construída’ dentro da escola molda e forma a maneira de administrar o bem
público na escola pública, instituindo-se uma prática de troca de favores que
inclui o não envio das faltas para o desconto dos dias faltosos, predominando a
afetividade e a pessoalidade. Ressalta, ainda que, no interior da escola,
prevalece à informalidade, caracterizada pela amizade, pelo “jeitinho”, em
detrimento do respeito às normas comuns e à hierarquia.
O estudo
realizado por Oliveira (2007) em uma escola da Grande São Paulo, também
identificou o absenteísmo docente, sem justificativa legal e, a sua explicação,
baseia-se na analogia entre as situações escolares e os rituais.
Neste contexto, a
legislação vigente, apesar de estabelecer a obrigatoriedade do registro da
frequência em livro de ponto e da adoção de medidas administrativas para coibir
ou punir as ausências em sala de aula, não é suficiente para impedir as
relações que se estabelecem dentro da escola. Verifica-se que há uma relação de
poder entre os professores e a direção, que determina quais as faltas e de
quais professores serão informadas. A autora afirma que: Há uma aparente democratização
convivendo com a exclusão social e hierarquização sem que, para que isto
aconteça, se expulse o aluno dos prédios escolares. É a exclusão dos saberes
socialmente produzidos Oliveira (2007). Em sua conclusão, reforça a necessidade
de se realizar a revisão nos mecanismos administrativos que alimentam os
rituais dentro das escolas e que inviabilizam a concretização do projeto
pedagógico e da função da escola pública, que é promover a aprendizagem dos
estudantes.
2.2
Tipos de absentismo
Segundo SOUZA
(2011, p.12) o absentismo é dividido e classificado em:
Absentismo
voluntário: ausência no
trabalho por razões particulares não justificadas por doença;
Absentismo por
doença: inclui
todas as ausências por doença ou por procedimento médico, exceptuam-se os
infortúnios profissionais;
Absentismo por
patologia profissional:
ausências por acidentes de trabalho ou doença profissional;
Absentismo legal: faltas no serviço amparadas por leis,
tais como: gestação, nojo, gala, doação de sangue e serviço militar;
Absentismo
compulsório:
impedimento ao trabalho devido à suspensão imposta pelo patrão, por prisão ou
outro impedimento que não permita o trabalhador chegar ao local de trabalho.
Absentismo
total: quando o professor está totalmente ausente da escola;
Absentismo parcial: quando o professor está na escola,
mas por alguma razão não vai à sala de aulas;
Absentismo virtual: quando o professor está na sala de
aulas, mas está constantemente a interromper as aulas para conversar com
colegas, atender telefone ou faz outras coisas no lugar de facilitar a
aprendizagem dos alunos.
CHIAVENATO
(2004) alerta para um aspecto importante não apresentado pelos demais autores.
Refere-se a ausência mental do trabalho ou seja aquela embora presente
fisicamente no ambiente de trabalho, o trabalhar não produz como deveria por
dispersão caracterizada por ausência mental. Essa ausência é uma atitude para
fugir de um ambiente de trabalho desagradável. Se o trabalhador estiver
mentalmente ausente, as suas actividades também não serão realizadas, podendo
acarretar também na baixa produtividade.
O absentismo
mental prejudica o andamento de trabalhos, tanto quanto a ausência física.
quando o professor encontra-se no presente no posto de trabalho e não realiza
suas actividades conforme estabelecido, o problema pode ser mais grave,
necessitando de um estudo minucioso para
verificar reais motivos da não
realização das tarefas mesmo quando o individuo se faz presente no trabalho.
2.3
Motivos que contribuem para o absentismo de professores
O absentismo
pode ter os mais diversos motivos, conforme afirma (RAYCIK, 2012), este nem
sempre tem sua origem no professor, sua origem pode ser resultado de questões
da própria organização, tendo por influência directa problemas com a supervisão
do trabalho, o empobrecimento das tarefas, a falta de motivação e também de estímulo,
as condições desagradáveis de trabalho, falta de integração e gestão
ineficiente. Corroborando com essa concepção, a autora reforça que poucos dias
de ausência estão integrados, sobretudo à cultura organizacional e o
descontentamento dos trabalhadores com as actividades que realizam. Já o
absentismo de alongada duração é avaliado como reflexo de condições de saúde e
de dificuldades familiares.
De acordo com
JUCIUS apud SOUZA (2011) entre os diversos motivos do absentismo, os mais
frequentes são: As doenças e indisposições, que em certos casos, chegam a
ocupar até 50% nas listas das origens seguidas pelas doenças ocupacionais que
minimizam a produção das organizações;
Às horas de
trabalho contribuem para ampliar o índice de absentismo, pois, os servidores
que trabalham além da sua carga horária em actividades recorrentes e
repetitivas, são mais propensos a adquirirem as doenças ocupacionais;
As más
condições de trabalho, pois podem levar a um mal-estar generalizado e a um
sobre esforço, juntamente com a falta de interesse pelo serviço, também
contribuem para o aumento do absentismo;
Os assuntos
pessoais, o mau tempo e a falta de transporte, que parecem ser factores
simples, também elevam o índice de absenteísmo. A atitude mental do indivíduo
que pode ser influenciada por factores sociais, económicos e por opiniões de
outras pessoas. Em suma, SOUZA (2011), afirma que o absentismo é decorrente de
uma ou mais determinantes, tais como, factores de trabalho, sociais, factores
culturais, de personalidade e de doenças, sendo que as evidências indicam não
haver uma relação concisa de causa e efeito, mas sim, um conjunto de variáveis
que podem levar ao absentismo.
ZAPONI e
SILVA (2009) ressaltam que várias situações podem gerar o absentismo em
especial o absentismo docente, dentre elas, as autoras destacam a forma de
organização e acompanhamento do trabalho, jornada de trabalho excessiva,
legislação inadequada, problema de relacionamento no trabalho, problemas
familiares, problemas com alunos e com os familiares dos alunos, com a
estrutura, organização e com comportamentos consolidados no interior da escola,
entre outros, sendo que todos demonstram uma sobrecarga física e emocional que
acomete o professor no exercício da docência.
De acordo com
DEJOURS (1992) e ESTEVE (1999) revelam que o absentismo pode ser compreendido
como um escape do trabalhador, uma busca por equilíbrio diante da insatisfação
no trabalho, uma alternativa quando se chega ao limite. Nesse sentido, pode-se
pensar como sendo uma causa para o absentismo a fuga dos problemas vivenciados
pelo trabalhador, estruturando como forma de resistência frente às demandas de
um trabalho "adoecedor". Portanto, torna-se uma forma encontrada pelo
trabalhador para resistir, escapar,
fazendo um enfrentamento possível à situação que se encontra.
O absentismo
pode ter sua origem em diversos motivos, nem sempre suas motivações estão no
profissional ou em seus problemas pessoais. Percebe-se que em muitas situações
os motivos podem ser gerados pela própria organização e pelas condições de
trabalho que vão influenciar directamente nas percepções do trabalhador e em
sua saúde e qualidade de vida. Sendo
assim, constata-se o quanto se faz necessário compreender o processo pelo qual
provém o absentismo dos trabalhadores, e, em especial o absentismo docente,
conforme os objectivos que este estudo se propõe, para que se possa reflectir a
cerca das motivações do absentismo parcial e virtual dos professores.
O Absentismo
pode ter várias causas que repercutem directamente na produtividade
organizacional, esclarece CHIAVENATO (2000). Sobre as causas do absentismo, nem
sempre são advindas do trabalhador, podendo também estar na organização e na
supervisão deficiente, no empobrecimento das tarefas, na falta de motivação e
estímulo, nas condições desagradáveis de trabalho, na precária integração do
trabalhador a organização e nos impactos psicológicos de uma direcção
deficiente.
As causas
mais comuns de absenteísmo estão relacionadas a doenças comprovadas ou não
comprovadas, também por motivos familiares, atraso involuntário, além de faltas
por motivos pessoais e por dificuldades financeiras, problemas de transporte,
falta de motivação, por chefia despreparada ou políticas inadequadas da
organização (CHIAVENATO, 2002).
Percebe-se que
há problemas relacionados nas causas do absenteísmo tanto de âmbito social como
dificuldades financeiras e problemas de saúde como doenças comprovadas e não
comprovadas. Todavia, muitas vezes são problemas internos da organização que
causam o absenteísmo, como diz CHIAVENATO (2002: 192):
O absentismo refere-se na ausência em que os empregados
deveriam estar trabalhando normalmente, nem sempre as causas está no empregado,
mas sim na organização, na supervisão deficiente, na condição de trabalho, na
falta de motivação e estímulo, na integração do empregado á organização. As
principais causas do absentismo são doença comprovada e não comprovadas,
atrasos involuntários, faltas por motivos pessoais, dificuldades financeiras,
baixa motivação, supervisão precária e a política inadequada da organização.
2.4
O Absentismo na profissão de professor
A profissão
de professor vem sendo percebida como desencadeadora de conflitos de diferentes
naturezas, envolvendo também diversos factores, e que por este motivo também
vem evidenciado a presença de absentismo. Para LEMOS (2005), a profissão de
professor existe há séculos, sendo que a docência é uma das mais antigas ocupações
e que a figura do professor é anterior à criação das instituições de ensino, e
atravessa contemporaneamente, um dos seus piores momentos. O mestre visto antes
como uma figura profissional eficaz para a sociedade, é hoje um profissional
que confronta-se com uma luta cotidiana pela valorização e reconhecimento
social do seu trabalho. E muitos dos que persistem na profissão já apresentam
sinais de adoecimento físico ou emocional, o que pode estar directamente
relacionado ao absentismo. O que se percebe é que além de não ter mais o status e a valorização de algumas
décadas atrás, as condições de trabalho e as exigências também já não são as
mesmas, estas, estão sendo aos poucos ampliadas, e estes factores incidem
directamente na atuação do professor. LEMOS (2005) expõe ainda, que os
processos de ensino-aprendizagem vêm se modificando ao longo da
institucionalização e dos processos de formação profissional, especialmente em
função das transformações no mundo do trabalho e da produção, das mudanças
culturais e da evolução tecnológica, que repercutem sobre as condições de vida
e trabalho dos professores, tornando-a assim, mais exigente e mais difícil de
ser exercida.
Existe também
uma crise nos modelos de autoridade, e esta sucede na solicitação de habilidades
não regulamentadas da parte dos professores, que incluem componentes éticos,
afectivos e emocionais, e estes produzem grande sobrecarga ao seu trabalho,
sendo considerada fonte de estresse, que gera mal estar ao professor (LELIS,
2012). Segundo GASPARINI, BARRETO E
ASSUNÇÃO (2005) o estudo das relações entre o processo de trabalho do
professor, as reais condições sob as quais ele se desenvolve e o possível
adoecimento físico e mental constituem um desafio e uma necessidade para se
entender o processo saúde-doença que os envolve e se buscar as possíveis
associações com o afastamento do trabalho por motivo de saúde. Sendo assim este
factor torna-se uma hipótese para se buscar o entendimento do que pode vir
contribuir com o absentismo entre os professores.
Conforme
expõe ZANARDI (2009) os professores não se tornam professores para se
ausentarem do seu trabalho. O crescente número de faltas deve ter, e
possivelmente tem alguma relação com a realidade vivida por estes
profissionais. Neste aspecto quando se verifica um crescente número de faltas
por parte de um grande número de professores não se pode caracterizar como se
fosse apenas um traço de mau profissionalismo. Talvez seja algo muito mais
intenso que, configura-se como o processo de intensificação do trabalho do
professor. Processo este que pode estar sendo responsável pelo afastamento dos
professores da sala de aula e, resultar em consequências para alunos, para
professores e para a sociedade.
ESTEVE (1999)
expõe que o absentismo docente apareceria como um mecanismo de defesa, ou seja,
como uma forma de buscar um alívio que permita a ele buscar escapar
momentaneamente das tensões acumuladas em seu trabalho, ou seja, da tensão
derivada do exercício docente. O professor então iria recorrer aos pedidos de licença
trabalhistas ou simplesmente, à ausência as aulas mesmo estando no recinto
escolar, as greves silenciosas estando na sala de aulas os faz de conta,
intervalos prolongados, interrupções sucessivas, saídas antes do horário normal
do seu trabalho, ausência do estabelecimento escolar por períodos curtos, que
exigem somente uma justificativa.
Como os
professores, especialmente os de ensino básico na sua maioria, são
profissionais com vínculo diário com seus alunos, o absentismo pode vir a gerar
a possibilidade de seu trabalho ser realizado por outro profissional, que
poderá substituí-lo em sua ausência ou ainda ser transferido para outro momento
como, por exemplo, para o dia seguinte. As duas possibilidades tornam-se de
proporções complexas, tendo em vista que tanto o fato de deixar que suas
tarefas sejam desenvolvidas por outro profissional, quanto deixar para o dia
seguinte, compromete o aprendizado dos alunos no que se refere à qualidade e no
que se refere ao desempenho dos mesmos, e este factor incide também em danos ao
professor, pois como exposto anteriormente, pode lhe trazer um acréscimo de
trabalho e sofrimento gerado pela angústia de não corresponder ao que se espera
dele.
Entretanto,
quanto a preterir ao dia seguinte esta acção também demanda conflitos, pois,
envolve questões relacionadas à ociosidade destes alunos no período da aula, e
que pode influenciar directamente no clima organizacional da escola, ou das
famílias dependendo do modo como são encaminhadas estas questões em uma
instituição de ensino, e principalmente no que é mais importante para os
alunos, no seu aprendizado. Nesta realidade, percebe-se que o absentismo tem se
mostrado como um problema desafiador para as grandes empresas, e para as
instituições públicas, dentre elas encontra-se a escola, pois sendo ela uma
instituição laboral, também sofreu a massificação da sociedade moderna (ANDRADE
e CARDOSO, 2012), e percebe este período de tempo perdido para efeito de
produtividade, uma vez que a ausência de um professor em seu sector de trabalho
demanda o acúmulo de suas tarefas diárias que poderá ser ou transferida para
outro professor, ou ainda postergada. Entende-se que as duas formas de
sistematização colabora para o estabelecimento de um clima de improdutividade e
perturbação na ordem organizacional de qualquer ambiente de trabalho seja ele
público ou particular e que acarretará disfunção a este ambiente. Sendo assim
constata-se que o absentismo vem aos poucos tomando proporções que afectam a
estrutura organizacional de um espaço de trabalho e isto acontece também na
escola (ASSUNÇÃO e OLIVEIRA, 2009).
Um aspecto
relevante e de complexidade que também é bem perceptível está relacionado à
incerteza sobre se o seu desempenho irá afectar a aprendizagem do aluno. Como
se vê rodeado de cobranças, e necessita demonstrar bons resultados, através do
aprendizado do aluno, o professor culpa-se por não conseguir os efeitos que
deseja alcançar. Além disso, lidar paralelamente com situações de violência
escolar, com indisciplina, com a falta de motivação para aprender por parte dos
alunos, provoca no professor, reacções de apatia, que pode vir a ocasionar
ausências parciais e virtuais do professor ao trabalho. Dessa forma, as escolas
sofrem com o absentismo, e este demonstra que o adoecimento e o sofrimento do
professor estão além dos registros de licença médica (RAYCIK, 2012), pois em
muitos casos o professor não busca as causas do adoecimento, e não as relaciona
com suas ausências, às vezes falta e não compreende o porquê de sua desmotivação
e de seu desejo de estar longe do ambiente escolar.
ESTEVE (1999)
denominou de mal-estar docente o que vem ocorrendo com os professores e que por
consequência provoca danos a sua saúde e ao exercício da profissão docente,
promovendo o absentismo. O autor também propôs a classificação das causas do
mal-estar docente em dois tipos. Sendo estes factores de ordem primária
referente aos aspectos que agem directamente sobre a acção do professor em sala
de aula, gerando tensões e sentimentos negativos e factores de ordem secundária
que são as condições ambientais, ou seja, as condições de trabalho referente ao
contexto que se exerce a docência, sendo que estas agem de forma indirecta
sobre a imagem do professor, promovendo uma diminuição de sua motivação para o trabalho.
ROCHA E
FERNANDES (2007) em seu estudo que teve por objectivo avaliar a qualidade de
vida dos professores do ensino fundamental do município de Jequié-BA,
identificaram que no exercício profissional da docência estão presentes
diversos estresses psicossociais, alguns relacionados à natureza de suas
funções, outros relacionados ao contexto institucional e social onde estas são
exercidas. Esses estresses persistentes podem levar à síndrome de burnout, que tem vínculo com situações
de trabalho. Essa síndrome em professores afecta o ambiente educacional e
interfere na obtenção dos objectivos pedagógicos, ocasionando problemas de
saúde, para o professor, absentismo e intenção de abandonar a profissão. Com
estes pressupostos observa-se que a qualidade de vida da população estudada
encontra-se comprometida, o que pode reflectir no estado geral de sua saúde e
que este factor tem interferência directa na prática do absentismo pelos
professores.
No ensino
médio, o estudo de PEREIRA et al. (2009)
teve por objectivo estudar a qualidade de vida e a saúde dos professores,
demonstrou que as elevadas demandas do trabalho docente, incidem em altas
prevalências de burnout, distúrbios psíquicos menores e problemas com a
voz. A incidência destas doenças
mostraram associações com as condições de trabalho, como, por exemplo, altas
cargas horárias, número excessivo de alunos e o tempo de magistério.
CAPITULO III
3
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Os procedimentos Metodológicos da pesquisa devem ser
entendidos como conjunto detalhado e sequencial de métodos e técnicas
científicas a serem executados ao longo da pesquisa, de tal modo que se consiga
atingir os objectivos inicialmente propostos. GIL (2002:26).
3.1
Tipo de Pesquisa
Quanto à abordagem, usar-se-á
Pesquisa Qualitativa, que é a relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito
isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do
sujeito que não pode ser traduzida em números. A interpretação dos fenómenos e
atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa.
Este método não requer os usos de técnicas estatísticas. O ambiente natural é a
fonte directa para a colecta de dados e o pesquisador um instrumento chave[1].
Quanto à natureza, a Pesquisa é
Exploratória, pois visa proporcionar maior familiaridade com o problema, com
vista a torná‑lo explícito ou a construir as hipóteses, envolvendo o
levantamento bibliográfico, análise de exemplos que estimulem a compreensão,
assumindo em geral as formas de pesquisa bibliográfica e estudos de caso.
3.2
Técnica e instrumento de colecta de dados
Na presente pesquisa usamos as
seguintes técnicas de pesquisa: Consultas Bibliográficas, Consulta Documental,
entrevista semi-estruturada e observação directa para dar resposta ao problema,
objecto do nosso estudo.
Assim, as entrevistas
semi-estruturadas permitem que a entrevistada fale abertamente, em jeito de
desabafo a um estranho, porém respondendo as questões que lhe são colocadas
como se de mais esclarecimentos se precisasse. Como métodos de abordagem e
procedimento combinamos o indutivo e o monográfico, respectivamente. Estes
métodos permitem-nos fazer leituras mais abrangentes dos resultados, não
obstante termos trabalhado com amostras relativamente pequenas, segundo defende
GIL (1999).
Portanto, com essa técnica será
possível ter informações concernentes as motivações do absentismo parcial e virtual
de professores na escola primária do 1º e 2º
grau de Muanamambene - Nicoadala uma vez que se terá a oportunidade
de conversar com os colaboradores e contribuintes em geral da instituição em
questão. Para tal, produziremos um leque de questões abertas e fechadas onde o
nosso entrevistado terá a oportunidade de responder de acordo com o seu nível
de percepção de acordo com o tema.
As entrevista terá uma duração mínima
de 30 minutos com tendências a aumentar o tempo
dependendo do grupo alvo, mas nunca excedermos uma hora e 20 minutos.
3.2.1
Observação directa
O método de recolha de dados por
observação, é um método em que o investigador observa (podendo por vezes
participar) os participantes no seu ambiente natural ou contextos “artificiais”
criados para o efeito, como os laboratórios. É uma estratégia muito valorizada
na investigação em educação, já que nem sempre o que as pessoas dizem que fazem
é aquilo que fazem realmente.
Esta técnica tem como objectivo
vivenciar os comportamentos dos participantes sem se ter de confiar na narração
que estas fazem sobre esses comportamentos. O observador pode ver coisas que
escapam à consciencialização dos participantes-observados; pode fornecer
informação sobre coisas que as pessoas não estariam dispostas a falar noutro
tipo de abordagem; fornece um moderado grau de realismo quando se trata de
observação em meio natural; permite a recolha de vários dados descritivos de
uma realidade.
3.3
Universo
Segundo LAKATOS & MARCONI
(1992:107) “universo é o conjunto de seres animados ou inanimados que
apresentam pelo menos uma característica em comum”.
O universo do estudo será constituído
pelos professores, e membros de direcção da escola primária do 1º e 2º grau de
Muanamambene. Tendo um universo de 14 participantes.
3.4
Amostra
Segundo
LAKATOS & MARKONI (2003:164) “ amostra é uma parcela convenientemente
seleccionada do universo (população), é um subconjunto do universo”.
A amostra será constituído por:
·
Onze
(11) professores
·
Um
(01) diretor da escola
·
Um
(01) diretor adjunto pedagógico de planificação,
·
Um (01) vice presidente do conselho de escola.
3.5
Fases de recolha de dados
Para que este estudo possa ser desenvolvido
seria necessário solicitar uma autorização ao Ministério da Educação e também à
Direcção Geral de Educação por meio de uma carta registada, vito ser
imprescindível a autorização destas entidades para a concretização deste estudo
onde parte da recolha de dados se realizará em âmbito escolar.
Após a obtenção da autorização destas
entidades será então indispensável proceder-se ao envio de uma carta também
para a escola primária do 1º e 2º
grau de Muanamambene para este efeito.
Tendo em conta que estes instrumentos
(observação directa e entrevista semiestruturada) vão ser administrados em
espaço escolar será necessário consultar os professores e a sua disponibilidade
para que se possa intervir neste âmbito. Posteriormente e caso seja aceite por
parte dos professores proceder-se-á à explicação dos mesmos, onde se
esclarecerá que o inquérito é confidencial e por esse motivo não devem colocar
o seu nome no mesmo e ler-se-á as questões do inquérito para que caso existam
dúvidas sejam esclarecidas antes do seu preenchimento.
Irá também ser referido que a participação
é voluntária e por este motivo se os mesmos não pretenderem participar.
O esclarecimento acerca do funcionamento do
instrumento decorrerá em 10 minutos aproximadamente.
Preferimos fazer primeiro a observação directa
depois a entrevista porque, antes mesmo de entrevistarmos os participantes,
optaremos por primeiro observar os comportamentos dos professores e em seguida
entrevista los.
Para efeito de caracterizar os professores
que participaram da pesquisa, distribui-se um questionário aos mesmos, que
possibilitou a descrição do perfil desses professores, sendo possível também
questioná-los se eles realmente faltavam e, em caso afirmativo, a descrição do
por que dessas faltas.
Na observação directa, vamos apresentar um tema
completamente diferente do Absentismo dos professores para evitar que o
observado possa ter comportamentos atípicos; preconceito. Assim, o
comportamento do observado será natural, pois, o mesmo não saberá que o objecto
do estudo trata de
absentismo dos professores.
Por fim faremos analise e discussão das doutrinas
abordadas e das informações colhidas nas observações directas e entrevistas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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elaborar Projecto de pesquisa. 4ª Ed. São Paulo, 2002.
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Atlas. São Paulo: 1992.
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trabalhadores. 2012, 104p. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade
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2007.
STOCKMEIER, T. E. Programa de combate ao Absenteísmo, 2004.
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VANDENBOS, G. R. (Org.). Dicionário de psicologia da APA - América
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Veronese, Maria Cristina Monteiro. Porto Alegre: Artmed, 2010.
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carreira docente. Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação. Campo Grande, MS. v.15, n.29,
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Rede Estadual de Ensino de Pernambuco. Cadernos ANPAE. n.08. Vitória, 2009.
ANEXO
Anexo 1 - Grelha
de observação directa
Nome do professor
|
Tipo de absentismo
|
Tempo da ausência
|
Motivo de absentismo
|
Nota
|
ANEXO II – GUIÃO DE
ENTREVISTA AOS PROFESSORES
Este
questionário faz parte de um trabalho para finalizar Licenciatura em Ensino Básico com Habilitação em administração
e Gestão da Educação com o tema de Análise
do absentismo Escolar: Estudo com Professores da Escola Primária do 1º e
2º grau de Muanamambene.
Todas as respostas são
anónimas, pelo que não necessita de se identificar em nenhuma circunstância.
Servirão apenas e somente
para tratamento de dados para o estudo acima indicado.
|
1.
O que entende absentismo de
professores?
2.
Que tipo de absentismo em mais frequente
em ti
3.
Quais são os motivos do
absentismo?
4.
Que razões aponta para o
absentismo?
5.
Qual é o procedimento quando se
apercebem do absentismo?
6.
Que estratégias utiliza para o
combate ao absentismo?
7.
Como considera que deve ser o
procedimento dos professores para com os alunos absentistas?
8.
O que considera que deve ser feito
para reduzir o absentismo?
9.
Considera que o insucesso escolar
está relacionado com o absentismo?
10.
Utiliza os professores adjuntos
como eventuais?
11. Divide os alunos entre as salas de mesma série?
12.
Utiliza outros espaços para
atividades com as classes sem professor(a) ?
13. Adiantam-se aulas e dispensam-se os alunos um pouco mais cedo ?
14. Os alunos costumam ficar em aula vaga?
Anexo
II– GUIÃO DE ENTREVISTA AO DIRECTOR DA ESCOLA, DIRETOR ADJUNTO PEDAGÓGICO DE PLANIFICAÇÃO E PRESIDENTE DO CONSELHO DE ESCOLA
Este
questionário faz parte de um trabalho para finalizar Licenciatura em Ensino Básico com Habilitação em administração
e Gestão da Educação com o tema de Análise do absentismo Escolar: Estudo com
Professores da Escola Primária do 1º e
2º
grau de Muanamambene.
Todas as respostas são
anónimas, pelo que não necessita de se identificar em nenhuma circunstância.
Servirão apenas e somente
para tratamento de dados para o estudo acima indicado.
|
1.
Como caracteriza os professores absentistas em particular?
2.
Como caracteriza a turma em que os professores absentistas
estão inseridos?
3.
Como é a relação dos professores absentistas com os alunos e
director de turma?
5.
Quais as justificações que apresentam para as faltas?
6.
Como e quando sabem que o professores falta?
7.
Que razões aponta para o absentismo?
8.
Qual é o procedimento quando se apercebem do absentismo?
9.
Que estratégias utilizam para o combate ao absentismo?
10. Se considera que a
Escola tem um papel importante para a diminuição do absentismo?
11. Se existe prevenção e
como é feita?
12. O que considera que
deve ser feito para reduzir o absentismo?
13. Entende que os alunos
devem ser motivados por parte da Escola para assistirem às aulas?
14. Considera que o
insucesso escolar está relacionado com o absentismo?
Preciso deste exemplar, somos unidade vivemos de partilha, esperando...
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